29 de outubro de 2009

Exis

Existindo e ludibrinado o ócio



tudo passa com uma intensidade estonteante



passa o tempo

passa as dores

passa os sentimentos

passa os carros

passam......

só eu que não passo

não passo desapercebida

não passo cartão de crédito

não passo a roleta

não passo roupa

não a passo a frente



nada me passa e eu não passo nada
e fica essa secura na boca, o que passará??



*existindo e ludibrinado o ócio*






15 de outubro de 2009



História Antiga


Hoje a solidão bloqueada, rejeitada, acaba por ressurgir enquantofinjo adormecer. Encostada em almofadas brancas , repouso ombro e cabeça, que nada mais pensa, apenas rodopia com a imagem do seu rosto.

Nessa noite fria vou criando espaços quase siderais, o vazio deixado pela sua ausência faz a decoração do meu quarto. Seu cheiro angelical ainda esta entre os lençois, esse cheiro me persegue e me asfixia na saudade. Abro a janela, lembro da última poética sua : "nós aqui, e lá fora o vento ronda leve, o frio não estremece, aqui nossos poros e pelos são nossos elos "Volto para minhas almofadas, e a tua ausência, hoje amiga, fracionada em instantes , faz o verde dos olhos contemplar o vazio que sempre existiu. Jade, o vazio presente!
A companhia hoje é o eterno silêncio rondando, modelando o único resto de nós. Conjugamos o verbo dissimulado. Hoje é nítido nosso amor fragoso, velado por chaves tortas, guardado no fundo d alma medrosa. Essa história antiga..... (pausa no teclado) o telefone toca :

_Alô

_Oi

_Acabei de chegar.

_Eu estou quase morrendo de saudade.

_Você é exagerada.

_É eu sou mesmo, acabei de retomar o texto.

_Ahn tá entendido o exagero, durma bem meu amor, e pra sempre saiba : eu te amo

_Você tbém, durma bem, mas é pra sempre mesmo?....Não responda. Bom trabalho amanha, te amo mais agora do que uma hora atrás.

_ risos.....beijos, tchau

_ tchau


(volta ao teclado)





Serão o sempre os olhos meus ?


Olhos quereres quase verdes, teus. Que enxergarão que não tenho espaço na tua vida?


Fico agora aqui com teu cheiro na almofada, permeando essa velha história que sempre tem o tom de folia.Vou esperar até amanhã, quem sabe o amor sobreviva a ferrugem que faz a saudade corroer, vou enganar a distância afinal nossa história e frevo-fado meu amor.

outra imagem no final:





Fico agora aqui com um pé de meia que vc esqueceu, com seu carregador de celular, com a critica que meu baton é vermelho demais, e seu cheiro na almofada, me asfixiando de saudade, dando o enredo dessa velha história que sempre tem ar de folia.

********************************************tirando poeira de arquivos, esse texto foi escrito há quase 12 anos atrás, e ainda hoje tem sentido **********************************